E tu,
professor, já paraste para pensar porque teus alunos não gostam de ir à escola?
Já ousaste pensar que o lugar que, teoricamente deveria acolher, transformar, humanizar e ensinar tem, cada vez mais, destruído sonhos e proibido as crianças de sonhar?
Já imaginaste que, ao invés de copiarem um imenso texto falando das partes de uma planta, teus alunos certamente prefeririam estar no pátio ou num jardim, observando, comentando, vivenciando?
Já tentaste experimentar conversar abertamente, fazer acordos e, vez que outra, ceder aos pedidos dos teus pequenos, deixando castigos e punições de lado?
Te deste o prazer de ouvir o que eles tem a te dizer, a ensinar?
Já sentiste que esta é a profissão mais linda que há?
Te permitiste, alguma vez, retribuir uma saudação sorridente com palavras de carinhosas de incentivo, recebendo teu aprendiz com alegria?
E tu, docente que reclama do salário, já te imaginaste em outra profissão?
Já paraste de dizer que teus alunos são terríveis, que não tem salvação e que estás exausto?
Guardas alguma carta dos teus alunos?
Sentes que fazes o melhor que poderias fazer?
E tu, professor, estás mesmo disposto a mudar tua realidade ou te acomodas?